sábado, 14 de fevereiro de 2009

Dilema Tostines



Avenida Paulista, São Paulo Foto: Polly
Alinhar à esquerda

Conversando com um amigo sobre a idéia de fazer este blog, ele deu risada. "Você é louco, aqui não é a Europa não!". Realmente, um dos maiores desafios de fazer este blog é conteúdo, ainda mais quando a proposta original é ter um maior apelo visual.

Em nossa conversa, chegamos ao famoso dilema tostines. Ele dizia que o conceito não "pega" aqui pois as empresas não investem no ciclismo urbano, como meio de transporte mesmo, lançando bicicletas e produtos relacionados pois não há mercado para isso, e nessa linha, o Estado também não investe em ciclovias, ciclofaixas e estrutura para os usuário de bicicletas como meio de transporte cotidiano.

Do outro lado eu rebato dizendo que há demanda, que a tendência de crescimento da bicicleta como meio de transporte nos grandes centros urbanos é uma realidade mundial e que, estão pipocando algumas ações pró-ciclistas por parte do Estado em parcerias com empresas do setor privado, não com a velocidade que gostaríamos, mas estão.

Segundo a pesquisa Origem e Destino, de 1997 até 2007 o deslocamento através de bicicleta praticamente dobrou em São Paulo. De 160 mil viagens, a cidade passou a receber perto de 300 mil viagens, e a bicicleta em relação aos outros meios de transporte representa hoje um share de 0,78%, segundo a pesquisa divulgada pela CPTM.

Ainda segundo a pesquisa, nos dias úteis 71% dos trajetos feitos com bicicletas são em função da ida e volta do usuário ao seu trabalho, 12% para irem / voltarem dos estudos e, apenas 4%, estão relacionados à atividade de lazer.

Diante de tudo isso, o que podemos comprovar é que além do crescimento significativo no uso da bicicleta como meio de transporte em São Paulo, a miopia das empresas do setor em relação ao mercado é muito maior do que imaginávamos.

Ao sairmos nas ruas é fácil de notar isso, acredito que mais de 90% das bicicletas que vejo rodando por aí são mountain bikes, e sabemos que para o deslocamento na cidade, a posição de pilotagem é extremamente desconfortável, os pneus cravejados seguram a bicicleta no asfalto demandando um esforço maior e desnecessário do usuário, e geralmente as pessoas tem que adaptar bagageiros e acessórios para satisfazerem suas necessidades diárias.

Será que diante de toda essa tendência, dos números que mostram que o ciclismo utilitário é o mais praticado na cidade, o mercado não merece uma atenção especial dos fabricantes? Fica aqui a pergunta.

2 comentários:

  1. Temos que incluir nas nossas "campanhas" o apelo pela popularização do aro 700'. Bikes com aro 700' são muito mais práticas para a cidade: elas rendem mais, são mais confortáveis, sentem menos os buracos da pista. Enfim, não tem porque usar mountain bike na cidade.

    Mas vá você procurar algum acessório para elas. Danô!!!

    Abraço.

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  2. Olá, somos idealizadores do blog Cycle Chic de Curitiba.
    Por aqui a realidade é um pouco diferente.. Já vemos ciclistas bem estilosos andando na rua, e muitas, muitas bikes por ai.. A bicicletada aqui aumentou demais o tamanho, e a conscientização das pessoas também.
    Iremos realizar o 1º Curitiba Cycle Chic, marcado agora para o dia 18 de março. Desfile de moda, show com banda, exposição, intervenções e exibição de videos no final. Se puder divulgar por ai, seria incrivel se pessoas de SP pudessem participar também, ou mantermos esse contato e manter a ponte Curitiba-São Paulo mais próxima!
    segue os links para mais info:
    www.curitibacyclechic.blogspot.com
    e da bicicletada:
    www.bicicletadacuritiba.wordpress.com

    Valeu, e até logo,
    Natalia Fogaça
    www.flickr.com/guadalupeesperanza

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